quinta-feira, 4 de abril de 2013

Cientistas realizam expedição às profundezas do Atlântico Sul


Pesquisadores da Universidade do Vale do Itajaí (Univali) integrarão a equipe de cientistas que participarão do cruzeiro Iata-piuna, entre os dias 9 de abril e 27 de maio, para exploração da margem continental brasileira e oceano adjacente. Na ocasião o grupo da Univali realizará estudos biológicos e geológicos de mar profundo na Bacia de Santos, Elevação do Rio Grande e Dorsal de São Paulo. A iniciativa será a primeira exploração da margem continental brasileira utilizando um submersível tripulado.

Iniciativa será a primeira exploração da margem continental brasileira utilizando um submersível tripulado

José Angel Alvarez Perez, um dos pesquisadores da Univali que integrarão o cruzeiro, explica que os objetivos da pesquisa levam em conta a necessidade de suprir a escassez de conhecimento da biodiversidade de ambientes profundos no centro do Atlântico Sul: “Este conhecimento é importante uma vez que pode revelar as possíveis conexões entre a diversidade das regiões profundas, desde a margem do nosso continente até a cadeia de montanhas meso-oceânicas”, relaciona.

Outro ponto importante, segundo o pesquisador, é o fato de montanhas submarinas de grande dimensão como a Elevação do Rio Grande poderem concentrar vida profunda não apenas sobre sua superfície, mas também na coluna de água centenas de metros sobre seu topo: “Como está localizada sobre uma vasta área oceânica pobre em nutrientes e produção biológica, essas áreas podem funcionar como um verdadeiro oásis marinho”, aponta.

Durante a expedição será utilizado o submersível Shinkai 6500, atualmente um dos poucos no mundo capaz de levar até três tripulantes seis mil metros abaixo da superfície do oceano, produzir imagens em alta resolução das áreas pesquisadas, além de coletar, por meio de braços robotizados, organismos de diferentes tamanhos e amostras de água e solo marinho.

O destaque da exploração deverá ser a pesquisa de microrganismos, sua diversidade e potencial tecnológico, como explica o pesquisador da Univali, André Oliveira de Souza Lima, que também integra a equipe: "Com o Shinkai estaremos presentes no local de coleta, o que favorecerá o processo de amostragem", explica.

Os resultados obtidos alimentarão o conjunto de informações já publicadas pelo grupo da Univali na área do projeto Mar-Eco Atlântico Sul, que têm atividades apoiadas pelo Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes) e Fundação de Amparo à Pesquisa e Inovação do Estado de Santa Catarina (Fapesc).

O projeto fortalece, ainda, o grupo de pesquisa estabelecido como produto do Acordo de Cooperação Científica e Tecnológica entre os governos japonês e brasileiro em 1985 e ocorre por meio de Acordo de Implementação entre o Instituto Oceanográfico da Universidade de São Paulo (IOUSP), Serviço Geológico Brasileiro (CPRM) e a Japan Agency for Marine-Earth Science and Technology (Jamstec), coordenado pelo Ministério das Relações Exteriores e sob a interveniência do Ministério de Ciência e Tecnologia e Inovação (MCTI) e Comissão Interministerial para os Recursos do Mar (Cirm).

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